Escola Secundária Artística António Arroio, Lisboa
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/MESG/RAE/ESAAA
Título
Escola Secundária Artística António Arroio, Lisboa
Datas descritivas
1935-[s.m.]-[s.d.] / 2009-[s.m.]-[s.d.]
Dimensão e suporte
236.44 m.l.
Produtor descritivo
Portugal, Ministério Educação, Direção Regional da Educação Lisboa e Vale do Tejo, Escola Secundária António Arroio, Lisboa.
História administrativa/biográfica/familiar
"A Escola Secundária Artística António Arroio tem como patrono António José Arroyo (1856-1934) que, para além da sua carreira técnica como engenheiro, foi autor de obras sobre literatura, música, artes plásticas e sobretudo inspetor e estudioso devotado ao ensino técnico e à arte aplicada que então neste se enquadrava.A génese da escola remonta a 1919, ano em que foi fundada a Escola de Arte Aplicada de Lisboa. “(…) um princípio de especialização já deve ser aqui introduzido; diz respeito aos alunos que pretendem dedicar-se a qualquer arte industrial. Para esses alunos exige-se o curso geral da Escola Industrial e os alunos em vez de seguirem para o grau complementar inscrevem-se numa escola especial destinada a produzir artistas das artes industriais e que se denomina Escola de Arte Aplicada, onde ao lado do desenho especializado, têm a prática oficinal respectiva”. Com esta disposição legal se constituiu o mote para a construção, na capital, de uma escola exclusivamente “destinada ao ensino especializado das artes industriais”. Com Roque Gameiro na direcção, desenvolveu-se este ensino por onze anos, pois que em 1930, mercê da sua reduzida frequência e da implementação de uma nova “organização do ensino técnico profissional” foi a escola decretada extinta e o seu ensino integrado (em secção) numa escola industrial (a Fonseca Benevides) até 1934, ano em que, por força do acréscimo de alunos matriculados “e pela sua natureza, independente dos restantes cursos”, se entendeu necessário recriar a escola de arte aplicada.Foi justamente neste ano, o da morte do inspetor que tanto se interessara pelo ensino autónomo da arte aplicada, que se fundou, com o seu nome, a Escola Industrial António Arroio (arte aplicada), sediada num edifício situado na rua almirante Barroso (junto ao então liceu Camões) que havia sido construído para a escola de cerâmica António Augusto Gonçalves (fundada em 1924) que naquela se veio a fundir. Dirigida por Falcão Trigoso, a formação ministrada (em cinco anos) contemplava as áreas profissionais de cerâmica, cantaria, cinzelagem, talha, desenho litográfico, lavores femininos, e ainda habilitação às escolas de Belas Artes.Com a reforma do ensino técnico de 1948, a escola passou a designar-se Escola de Artes Decorativas António Arroio e sob a direção de Rogério de Andrade, e pouco depois (a partir de 1953) de Lino António, foram introduzidos novos planos de estudo, podendo os alunos sair diplomados nos cursos da secção preparatória às Belas Artes, de desenhador gravador litógrafo, de pintura decorativa, de escultura decorativa, de cerâmica decorativa, de cinzelagem e de mobiliário artístico. Mercê do forte incremento da frequência escolar, o espaço do edifício veio a revelar-se exíguo, havendo que desdobrar o ensino por uma secção (que funcionou na Escola Preparatória Manuel da Maia em 1964/65 e na Escola Industrial Marquês de Pombal entre 1965 e 1970), e simultaneamente, tratar do projeto de um novo edifício. Com a conclusão, em 1970, das novas instalações situadas na rua coronel Ferreira do Amaral, a escola mudou-se finalmente para o edifício que ainda hoje ocupa.Pouco depois, em 1971, foi implementada a reforma de que resultou a reformulação dos cursos gerais (trienais) e a introdução dos cursos complementares (bi anuais) vocacionados para o acesso ao ensino superior. Os cursos de artes visuais foram organizados nas áreas de equipamento e decoração, artes do fogo, artes gráficas, imagem e artes dos tecidos. Com a revolução de Abril de 1974 e a decorrente extinção formal do ensino técnico-profissional, foram suprimidos os cursos vigentes e criados os cursos unificados (de ciclo trienal) em todas as escolas liceais e técnicas, que então foram designadas de secundárias. Como tal, também a nossa foi regularizada, passando a designar-se Escola Secundária António Arroio. Em 1980 foi criado o 12.º ano estruturado em duas vias: uma vocacionada para o prosseguimento de estudos e outra orientada para a vida ativa, formando técnicos de artes gráficas, meios audiovisuais, design cerâmico e metais, equipamento e desenhador têxtil. Três anos mais tarde foram criados os cursos técnico-profissionais e profissionais: os primeiros, ministrados em três anos, funcionaram no âmbito das áreas artísticas já tradicionais e os segundos, apenas de um ano (a partir do 9.º ano de escolaridade), desenvolveram-se nas áreas da cerâmica e das artes gráficas.Mais recentemente, já em 1993, partindo da lei de bases do sistema educativo e de legislação subsequente que estabelecia a organização da educação artística, foi finalmente possível recuperar para o nome da escola a evocação do carácter artístico do ensino que sempre a distinguiu, consagrando-a na designação Escola Secundária Artística António Arroio. Por portaria desse ano foram instituídos oito cursos: dois deles (cursos gerais I e II), predominantemente orientados para o prosseguimento de estudos no ensino superior, e os restantes seis (nas áreas da comunicação gráfica, comunicação audiovisual, ourivesaria e metais, cerâmica, têxtil e equipamento), vocacionados para o ingresso na vida ativa. Por portaria de 1998 os dois cursos gerais foram fundidos num único, e os restantes, após terem sido ligeiramente ajustados, prosseguiram genericamente com a mesma matriz curricular.No âmbito do atual processo de revisão curricular, iniciado no ano letivo de 2004/05, estão sendo implementados, em regime experimental, quatro cursos – produção artística, comunicação audiovisual, design de comunicação e design de produto – em cujos planos de estudo continua preponderante a componente de formação técnico-artística. Para além do núcleo central de formação curricular, a escola continua a promover múltiplas atividades culturais consentâneas com a natureza do seu projeto educativo, como sejam, conferências, encontros, seminários, workshops, cursos livres, complementos de formação e exposições. Afirmando-se como espaço aberto à criatividade e inovação, a António Arroio (como normalmente é conhecida) continua a revelar-se como espaço de aprendizagem onde os alunos desenvolvem livremente a imaginação e a capacidade criativa, cultivam o direito à diferença e alcançam competências que os tornam geralmente capazes, quer para o prosseguimento de estudos no ensino superior, quer para o exercício de atividades várias no campo artístico."
Âmbito e conteúdo
O fundo da Escola Secundária António Arroio é constituído por 49 séries documentais pertencentes a 6 secções: Funcionamento Geral; Recursos Humanos; Recursos Financeiros; Ação Social Escolar; Atividades Científico-Pedagógica; Pessoal Discente.
Sistema de organização
A organização das séries documentais inventariadas segue a estrutura adotada pela Portaria de Gestão de Documentos n.º 1310/2005, de 21 de Dezembro.
Condições de acesso
Documentação sujeita a autorização para consulta.
Idioma e escrita
Português
Características físicas e requisitos técnicos
Documentação em bom estado de conservação
Localização
Arquivo em fase de instalação definitiva.
Unidades de descrição relacionadas
"Relatórios de actividades escolares dos reitores dos liceus"."Relatórios de actividades dos professores".
Notas de publicação
Referência bibliográficaMOGARRO, Maria João - Arquivos e Educação: a construção da memória educativa. In Sísifo: Revista de Ciências da Educação. Lisboa. N.º 1 (Set./Dez. 2006). P. 71-82.
Entidades detentoras de unidades arquivísticas associadas
Portugal. Ministério da Educação. Secretaria-Geral. Direção de Serviços de Documentação e de Arquivo